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Francisco José Viegas tinha chamado a atenção, na Ler de Novembro, para um dos disparates da temporada: a propalada «revolução tecnológica» que teria decorrido durante a Feira do Livro de Frankfurt. O marketing da Amazon tinha, então, criado essa «revolução tecnológica», apenas se baseando na expectativa do lançamento do seu Kindle - um leitor de livros electrónicos. O marketing da Amazon criou ontem a «segunda revolução tecnológica». Em comunicado, aquela empresa diz que «no dia de Natal, pela primeira vez, os clientes da Amazon compraram mais livros electrónicos do que em papel.» Este é um facto naturalíssimo e que não altera em nada a relação actual entre a venda de livros e livros electrónicos: quem recebeu como prenda, na noite de Natal, um e-book Kindler (o produto mais vendido pela empresa, em Dezembro, e acessível a partir de qualquer país do mundo) comprou livros electrónicos no dia de Natal e não livros em papel. Mas, na espuma dos títulos, o que o comunicado da Amazon sugere é que a venda do livro electrónico já ultrapassa o livro em papel. É um golpe bem feito. João Pedro Pereira, no Público, termina o seu texto sobre este assunto, com uma evidência: «Na sequência do comunicado da Amazon, as acções da empresa subiram 2,53 dólares, para os 141 dólares.» O objectivo do comunicado da Amazon está à vista.