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||| Pequenas hipocrisias.

por Tomás Vasques, em 11.01.09

O Presidente da República, através de um comunicado, desmentiu uma notícia do Expresso. No final do referido comunicado, acrescentou: «a agenda da classe política deve estar centrada no combate à crise que afecta o País e a atenção dos portugueses não deve ser desviada dos problemas que efectivamente os preocupam.» Em resposta, todos os partidos políticos com assento parlamentar – PS, PSD, PCP, CDS-PP e BE – apressaram-se em comunicar que estão «centrados» na crise e «preocupados» com o desemprego e com os portugueses e nem lhes passa pela cabeça pensar no «calendário eleitoral». Ora, se a política é a luta pelo poder e se a data das próximas eleições legislativas é um factor importante nessa luta (não coincidindo, eventualmente, os interesses do partido do governo com os interesses da oposição), não é verdade que o calendário eleitoral não esteja, também, no «centro» das suas atenções. As «preocupações» com a crise e com as suas consequências na vida dos portugueses, quer por parte do governo, quer por parte das oposições, não afasta as preocupações dos partidos com as datas das eleições. São dois planos diferentes. A «crise» não veio acabar com a luta política, antes pelo contrário. Não vale a pena meter a cabeça debaixo da areia. Só a hipocrisia política pode dar esta repentina «unanimidade».

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publicado às 18:57

||| Venezuela: ganhou a democracia.

por Tomás Vasques, em 24.11.08

 

Hugo Chávez recebeu sinais, por diversas vezes, nos últimos anos, de que parte importante da cadeia de comando das Forças Armadas cumpriria, em qualquer circunstância, a Constituição. Por isso, e só por isso, Chávez tentou alterar a Constituição, através de referendo, em Dezembro do ano passado, de modo a: i) perpetuar-se no poder; ii) consagrar constitucionalmente o «socialismo bolivariano». O povo venezuelano fez-lhe um manguito. Passado um ano, realizaram-se as eleições estaduais e municipais. Chávez jogou, nestas eleições, tudo o que podia jogar, usando para tal o dinheiro dos contribuintes: intimidando e reprimindo, a torto e a direito, eleitores e candidatos da oposição (inibiu da qualidade de eleitos centenas de opositores, alguns dos quais com grande prestigio junto dos eleitores, ameaçou de prisão e por aí fora). Queria preparar o terreno para novo referendo. Mesmo sob a pressão chavista, o povo venezuelano voltou a fazer-lhe um manguito. A oposição ganhou nos dois estados mais populosos: Zulia e Miranda (6,6 milhões de habitantes num total de 28 milhões). A oposição ganhou, também, em parte considerável, as grandes cidades, a começar pela quase totalidade dos municípios da capital, Caracas. A cereja em cima do bolo desta vitória eleitoral chavista foi a derrota estrondosa de dois dos mais importantes e leais «homens do presidente», no estado de Miranda, Diosdado Cabello, ex-vice-presidente e ex-ministro do Interior do Governo de Chávez, e em Caracas, de Aristobulo Izturiz, ex-vice-presidente e ex-ministro da educação e ex-presidente do município de Caracas. Chávez perdeu o apoio da grande área metropolitana de Caracas, onde habitam milhões de pobres. Estes resultados eleitorais significam uma vitória da democracia na Venezuela.

 

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publicado às 22:37

||| No fio da navalha.

por Tomás Vasques, em 09.09.08

O PS mantém a Lei do Divórcio vetada pelo Presidente da República. Esta era a única posição que o partido do governo podia tomar. Qualquer outra posição assemelhava-se aos tempos em que Guterres oscilava nos limites mínimos de alcoolémia conforme as manifestações dos produtores de vinho. E os resultados dessas vacilações são conhecidos. Cavaco Silva, com o seu veto, já satisfez o seu eleitorado natural. Agora, vai provar o fel com a sua assinatura. A «cooperação estratégica» foi um período táctico, no qual Cavaco Silva, em primeiro lugar, quis moldar a sua imagem, enquanto «presidente de todos os portugueses»; em segundo lugar, aproveitou para se demarcar do PSD de Marques Mendes e de Filipe Meneses. Ficamos à espera da desforra, sabendo que tudo será medido em função da reeleição presidencial. Cavaco Silva não quer ficar na história como o primeiro Presidente-candidato derrotado.

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publicado às 00:13

|||Eleições. Angola.

por Tomás Vasques, em 07.09.08

Sobre as eleições em Angola, pelo que tenho lido, há três leituras: a primeira, diz que se trata de uma farsa montada pelo partido no poder para enganar incautos, comparando-as com as eleições marcelistas; ao contrário, a segunda, diz que se trata de um acto eleitoral legal e democrático, que em nada fica a dever aos processos eleitorais realizados em qualquer país europeu; entalada entre estas duas leituras, a terceira, diz que se trata de um processo eleitoral imperfeito, em que o partido no poder domina todos os canais de «mediação» com os eleitores e distribui emprego e benesses, mas é um passo no caminho da democracia. Apesar de cada uma destas leituras poder estar directamente relacionada com «exportações» e «importações», há quem, se tivesse vergonha na cara, nunca mais deveria escrever uma linha que fosse sobre Alberto João Jardim e a Madeira.

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publicado às 17:44

||| Que mau perder.

por Tomás Vasques, em 10.03.08
Pelo que li hoje, em alguns jornais e em alguns blogues, há pessoas que acreditam que o PP ganhou as eleições em Espanha: teve mais votos e mais deputados do que em 2004, dizem. E acrescentam: impediu a maioria absoluta do PSOE, como se o PSOE tivesse, no anterior mandato, maioria absoluta. O PSOE, que nunca tinha tido tanto votos como ontem, será governo por mais 4 anos. Ponto.

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publicado às 18:01

Quotas: uma observação.

por Tomás Vasques, em 22.07.07
Caro Paulo Gorjão: não vale a pena tapar o Sol com uma peneira. Marques Mendes quer evitar surpresas «fixando» o universo eleitoral com antecedência. Pela minha parte, no meu partido, habituei-me, desde há muitos anos, a pagar as quotas no dia de eleições internas. Entro na minha secção, no Bairro Alto, numa mesa pago as quotas - dois ou três anos em atraso - e depois dirijo-me à mesa onde exerço o meu direito de voto apresentando os talões comprovativos do pagamento das quotas. Os cadernos eleitorais têm inscritos todos os militantes do partido. No momento da votação é feita a prova de que as quotas estão em dia. É muito dificil exercer a democracia?

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publicado às 22:33

Telhados de vidro?

por Tomás Vasques, em 21.07.07
Vítor Dias (o tempo das cerejas) exige um pouco mais de rigor a Mega Ferreira, porque este, em artigo publicado na Visão, se interroga «por que razão a CDU perdeu quase metade dos votos e dois pontos percentuais em relação às autárquicas de 2005». Vítor Dias explica, em resposta, que «não se pode considerar «perda de votos» aquela que resulta de um significativo aumento da abstenção». É verdade. Mas por ser verdade, seria honesto da parte de Vítor Dias criticar da mesma forma o comunicado da Comissão Política do CC do PCP, onde se lê: «a votação do PS e de António Costa constitui, sem dúvida, quando comparada com o resultado obtido pelo PS nas legislativas de 2005 (42,5 por cento), uma significativa redução da base de apoio do PS e uma condenação da política de direita do actual Governo.» Aqui, Vítor Dias já não tem problemas em que se compare duas eleições diferentes – legislativas e autárquicas – com níveis de abstenção diferentes e, nas legislativas, sem candidaturas «independentes». Portanto, comparar tudo o que não é comparável. Porque se trata da posição do PCP, Vítor Dias admite todas as comparações sem exigir rigor. (Em nota de rodapé, uma pergunta relacionada com rigor: Jerónimo de Sousa disse que «O resultado do PS confirma uma reduzida credibilidade política.» Ora, se 30% corresponde a uma reduzida credibilidade política, 10 % corresponde a quê?). A telhados de vidro?
(Imagem: acrílico sobre tela de Ricardo Paula. O gesto é apenas uma expressão, não uma ofensa.)

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publicado às 13:24

Coerência.

por Tomás Vasques, em 17.07.07

Há vereadores eleitos para a Câmara de Lisboa que, por razões de coerência com a imagem que propagandearam durante a campanha, vão certamente recusar a mordomia de carro e motorista e solicitar bicicletas para as suas deslocações ao serviço dos lisboetas. Senão ainda lhes chamam demagogos e populistas. E faltam dois anos para as próximas eleições.

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publicado às 18:36

Coisas simples.

por Tomás Vasques, em 16.07.07
Como todos deviam saber, o facto de se ser arguido num qualquer processo não significa que se tenha cometido algum crime. Nem mesmo o facto de se ser acusado significa isso. O ministério público é o ministério público e, num Estado de Direito, só aos Tribunais está conferida a competência de julgar e, em consequência, condenar ou não condenar. Tudo isto é elementar. A pergunta que eu coloco, neste momento, é a seguinte: no caso de, até à próximas eleições autárquicas, Carmona Rodrigues não ser acusado no chamado «caso Bragaparques» ou, sendo acusado, venha a ser absolvido por quem tem a competência para o julgar – os Tribunais –, Marques Mendes, Francisco Louçã e Sá Fernandes terão cara para sair à rua? Desaparecem definitivamente da vida política portuguesa? Ou sentirão, ao menos, vergonha de se cruzarem com os seus concidadãos? Na moralização da vida política portuguesa é tã indispensável combater a corrupção, como o terrorismo demagógico. Ambos são perniciosos na mesma medida.

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publicado às 14:05

«Lisboetas» do Alandroal...

por Tomás Vasques, em 16.07.07
Na noite eleitoral de ontem, em Lisboa, há a registar um facto significativo (a juntar ao nível de abstenção): a mobilização em vários pontos do país de «figurantes» que, em excursões, vieram a Lisboa fazer a «festa» da vitória socialista. Pelos vistos, por cá ninguém estava disponível para celebrações. E, quando assim é, o melhor é perceber os motivos e não tentar disfarça-los. Normalmente, dá maus resultados.

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publicado às 13:36

Eleições em Lisboa, resultados finais.

por Tomás Vasques, em 15.07.07
PS - 57 907 - 29.54% - 6 Mandatos.

Carmona - 32 734 -16.70% - 3 Mandatos.

PPD/PSD - 30 855 - 15.74% - 3 Mandatos.

Roseta - 20 006 - 10.21% - 2 Mandatos.

PCP-PEV - 18 681 - 9.53% - 2 Mandatos.

B.E. -13 348 - 6.81% - 1 Mandato

CDS-PP - 7 258 - 3.70% - -----

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publicado às 21:49

Eleições em Lisboa, novo ciclo.

por Tomás Vasques, em 15.07.07
As eleições em Lisboa, à primeira vista, «mataram» o CDS-PP de Paulo Portas e deixaram «moribundo» o PSD de Marques Mendes. Mas, sobretudo, demonstraram que o «sistema» político-partidário está doente. Avizinha-se um novo ciclo. Quem assim não entender vai na água do banho.

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publicado às 21:36

Eleições em Lisboa, PSD (2).

por Tomás Vasques, em 15.07.07
Quem falará primeiro no PSD: Santana Lopes ou Marques Mendes?

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publicado às 21:22

Eleições em Lisboa, Paulo Portas (2)

por Tomás Vasques, em 15.07.07
Paulo Portas vai hibernar, segundo as suas últimas declarações.

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publicado às 21:20

Eleições em Lisboa, o cavalo de Tróia.

por Tomás Vasques, em 15.07.07
Conhecidos os resultados de 25 Freguesias, é possível fazer a leitura de que Helena Roseta serviu perfeitamente os interesses do PS ao conter qualquer crescimento do PCP e do BE.

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publicado às 20:34



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