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por Tomás Vasques, em 30.11.06
CITAÇÕES.

Extracto de Sentimentos misturados, José Pacheco Pereira, Público 30.11,06. (Sublinhados meu)
«Claro que ninguém vai ao teatro, claro que acabaram os cafés (pelo menos em Lisboa), claro que se desertificaram os bairros, claro que acabou a Lisboa dos anos 60, tão íntima como provinciana, onde éramos os absolutos cosmopolitas, exactamente porque os filhos dos deserdados das cheias, os filhos dos operários do Barreiro, os filhos das criadas de servir, os filhos dos emigrantes de Champigny, os filhos da "canalha" anarco-sindicalista e faquista de Alcântara mandam no consumo e o mundo que eles querem é muito diferente. Eles entraram pelos cafés dentro e transformaram-nos em snackbars e em lanchonetes, entraram pelas televisões e querem os reality shows, entraram pela "cultura" e pela política e não querem o que nós queremos, ou melhor, o que nós queríamos por eles. O acesso das "massas" ao consumo material e "espiritual" faz o mundo de hoje, aquele que é dominado pela publicidade, pelo marketing, pelas audiências, pelas sondagens. É um mundo infinitamente mais democrático, mas menos "cultural" no sentido antigo, quando a elite, que éramos nós, decidia em questões de bom senso e bom gosto. E agora? Queríamos que "eles" tivessem voz e agora que a têm não gostamos de os ouvir, quando o enriquecimento revelado por todos os indicadores económicos e sociais dos últimos 30 anos transformou muitos pobres na actual classe média, "baixa" como se diz na publicidade, nos grupos B e C das audiências. Nós queríamos que eles desejassem Shakespeare e eles querem a Floribella, os Morangos e o Paulo Coelho. E depois? Ou ficamos revoltados ou pedagogos tristes e ineficazes, ou uma mistura das duas coisas. Nós ajudámos a fazer este mundo de mais liberdade e mais democracia, que o é de facto. O 25 de Abril foi o que foi porque a geração de 60 o fez assim. Se os militares tivessem derrubado Salazar nos anos 40 ou Delgado o tivesse feito em 1958, o país seria certamente muito diferente.»
(Imagem: ilustração livre sobre a obra Esteiros de Soeiro Pereira Gomes).

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publicado às 08:03

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por Tomás Vasques, em 30.11.06
MEMÓRIAS.
Sempre que leio este senhor lembro-me de um delicioso pequeno episódio passado em Porto Alegre, em finais de Agosto de 2001. Numa reunião preparatória do Fórum Social Mundial de 2002, que se realizou em de Porto Alegre, tal como o de 2001, Boaventura botou discurso a convite da organização. Apresentado à assistência como uma “sumidade”, durante mais de uma hora falou sobre nada. Literalmente. Mas, disse para com os meus botões: isto é o que tu pensas, talvez esteja a ver mal. Quando o senhor acabou de falar, com a sala a bater palmas efusivamente, o uruguaio sentado ao meu lado, perguntou-me: ele falou sobre o quê? Afinal, não estava errado. No dia seguinte, numa outra reunião, chamei reaccionário a Miguel Portas, também presente, sob o olhar incrédulo de Tarso Genro, perfeito de Porto Alegre na altura, que deve ter achado que, ali, era suposto sermos todos “irmãos” e, por isso, não deviam estarem presentes reaccionários. Ou eu estava enganado ou ele, que o convidara, estava enganado. Depois da reunião todos os presentes, na sua maioria latino-americanos, muitos deles me conheciam há anos, me pediam esclarecimentos completares sobre o reaccionário, solicitações a que não me fiz rogado. Perante o pequeno episódio, embaraçoso, tive um momento de fraqueza: no jantar que se seguiu à reunião, para descansar toda aquela gente, sentei-me à mesa, a sós, com o Miguel Portas. Recordo-me bem do que falámos (ficará para outra altura) e sei que o tempo me deu razão. Mas sei que aquela conversa ao jantar, a sós na mesma mesa, diante de toda a gente, desvalorizou o ter-lhe chamado publicamente, na reunião, com toda a legitimidade, reaccionário.

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publicado às 01:41

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
TELEFONEMAS DESPROPOSITADOS.
Um amigo de longa data, católico nas horas vagas, defensor do não no próximo referendo, votante convicto de Cavaco Silva, telefonou-me há poucos minutos, e disse-me: - Éstás a ver? Os americanos têm o 11 de Setembro e os espanhóis o 11 de Março. E nós vamos ter o 11 de Fevereiro. Julgas que a data escolhida é por acaso?
- Vitor, tu achas que...? - interroguei-o.
- Acho! Acho! - respondeu quase eufórico.
- O Sporting-Benfica é no sábado ou no domingo - perguntei para mudar de assunto.

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publicado às 23:40

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
ANIVERSÁRIOS (2).
As palavras sucumbem ao vazio
da própria pequenez.
Nenhum cais tem a forma do navio,
nenhum navio a forma das marés.

Torquato da Luz (Ofício Diário)

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publicado às 23:34

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
ANIVERSÁRIOS.

Tomei conhecimento pelo João Villalobos que hoje é dia de aniversário da Gena Lee Nolin que, tal como o meu amigo João Gonçalves, é sagitário. Primeiros estão os amigos, mas a Gena também merece um abraço de parabéns.

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publicado às 15:14

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
COISAS DO ARCO DA VELHA.
Durão Barroso foi escolhido num escrutínio através da Internet "Governante do ano", promovido pelo semanário European Voice. Parece que ficou à frente da chanceler alemã, Angela Markhel, do primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, do chanceler da Áustria, Wolfgang Schüssel, e do Presidente da Croácia, Stjepan Mesic. Só me ocorre uma pergunta: governante de quê?

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publicado às 15:00

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
VER OS OUTROS. (2)
"Com título, sem técnica e não me lembro das dimensões.Um dos quadros que fiz que ainda gosto." (Liberdade nas Asas)

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publicado às 14:38

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
VER OS OUTROS.
José Nunes (Foram-se os anéis).

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publicado às 14:36

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por Tomás Vasques, em 29.11.06
DUAS HISTÓRIAS MAL CONTADAS.
1. A de um segurança;
2. a de um advogado.

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publicado às 00:08

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por Tomás Vasques, em 28.11.06

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por Tomás Vasques, em 28.11.06
GOSTEI DE LER:
«Contra o véu», António Figueira (Cinco Dias).

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publicado às 23:06

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por Tomás Vasques, em 28.11.06
GUANTÁNAMO.
A base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, é um símbolo de um mundo contraditório. A revista alemã Focus diz que se trata de um campo de concentração e, provavelmente, não está longe da verdade. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que nos últimos 30 ou 40 anos, muitos cubanos selvaticamente perseguidos pela ditadura castrista, procuraram aí a liberdade. Afinal o que é Guantánamo, um campo de concentração, uma porta para a liberdade ou as duas coisas?

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publicado às 00:17

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por Tomás Vasques, em 27.11.06
SEPARADOS À NASCENÇA?
Não são contas do meu rosário, mas não fico indiferente à semelhança destas duas frases:
1. «Pacheco Pereira, nas reuniões estudantis da Academia do Porto, fez discursos inflamados sem ir parar aos calabouços da PIDE.», António Vilariges, Público, 20 de Janeiro, 2006.
2. «Será interessante acompanhar o nascimento, evolução (e, se se mantiver a tendência do passado, a morte por inanição) de blogues políticos que, pelos seus meios profissionais, se percebe terem financiamentos próprios cuja origem é desconhecida. É um fenómeno novo que mostra a importância crescente da blogosfera e do qual não vem nenhum mal, se existir um pouco mais de transparência. No fundo, trata-se de política pura e dura e não de qualquer actividade amadora e lúdica pelo que saber quem paga é relevante. Relevante e instrutivoJosé Pacheco Pereira, Abrupto, 27 de Novembro de 2006.
Ambas são insinuações maldosas.

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publicado às 22:08

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por Tomás Vasques, em 27.11.06
RAFAEL CORREA GANHA NO EQUADOR.
Rafael Correa, representante da esquerda equatoriana (e, diz-se, amigo pessoal de Hugo Chàvez), anti-americano, ganhou as eleições presidenciais na Equador – anunciam todos os jornais de hoje publicados em Quito. El Mercurio escreveu hoje: “Los ecuatorianos eligieron a Correa tras una década de inestabilidad política en la que ninguno de los tres presidentes elegidos culminó el mandato, presionados por revueltas populares que se saldaron con su destitución en el Congreso.” Há dois anos atrás ninguém acreditava que Ortega ganhasse as presidenciais na Nicarágua; na semana passada já todos acreditavam que Correa poderia ganhar no Equador. A América do Sul está a viver um ciclo político muito especial. O facto de se poder votar sem medo de que a consequência seja um golpe de Estado militar tem dado um outro rumo aos resultados eleitorais.

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publicado às 20:12

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por Tomás Vasques, em 27.11.06
CITAÇÃO:
«A voz da sua insubmissão atravessa o século XX e essa é uma qualidade que o transforma e a toda a sua vida num diamante em estado bruto. Insubmissão estética, política, social, cultural, insubmissão em tudo o que deve fazer de cada um de nós pessoas inteiramente livres. Só com pessoas inteiramente livres se construirão melhores sociedades, só com pessoas inteiramente livres se respeitará verdadeiramente a condição humana. A história, sabe-se, é quase sempre o contrário disso, mas se muitos Cesarinys florescessem tudo seria tão diferente. Todos seríamos menos prisioneiros, desde logo das nossas próprias cabeças tantas vezes poluídas com certezas excessivamente inabaláveis ou com preconceitos estupidamente destrutivos
Eduardo Dâmaso, Cesariny, DN, 27.11.06

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publicado às 09:35

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